sexta-feira, 5 de março de 2010

Você é humilde ou "se acha?"


Uma coisa é fato: ninguém gosta de ficar perto de gente pretensiosa, arrogante...que “se acha” muita coisa além do que realmente seja; ou que, mesmo sendo, não sabe lidar bem com a questão. Isso se define como falta de humildade.
A palavra humildade, que vem do latim humus e que significa “filhos da terra” ou “terra fértil pronta pra receber a semente” refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. Sendo a humildade uma virtude de quem é humilde, quem se vangloria da sua mostra simplesmente que lhe falta, dando lugar, inclusive, à vaidade. Sendo o orgulho o avesso da humildade, vemos a figura do soberbo, que vai contra tudo o que a humildade significa.
Ser humilde não é ser bobo, tolo, servil, fraco ou passivo aos outros. Na verdade é justamente o contrário; ter consciência do que somos e saber se posicionar diante das situações de forma coerente. Estar pronto a aprender e compartilhar conhecimento é a atitude correta de alguém humilde, sem se vangloriar do que sabe ou se colocando acima de toda e qualquer verdade; Assumir, inclusive, seus erros e culpas sem resistência.
Os falsos humildes chegam a se rebaixar perante os outros querendo se passar por humildes, mas, na verdade, estão cheios de ressentimentos, inveja ou ambição.
O verdadeiro humilde é consciente da sua vida. Sabe suas limitações, não se entristece por isso e nem se inferioriza. Trabalha para que se aperfeiçoe física, moral e espiritualmente.
Uma pessoa soberba, orgulhosa segue por caminhos contrários da humildade. Costuma, inclusive, vestir uma capa de falso humilde para tentar circular naturalmente na sociedade.
Ter humildade é exercitar o interesse em aprender com o próximo, compartilhar o que sabe e colocar-se de forma decente e coerente diante das questões que lhe são apresentadas.
Ser humilde é ter consciência de que qualquer cargo, função, status de poder e financeiro é, normalmente, passageiro. Lembrando que a morte é, para todos, o fechamento inevitável da vida. Você é um ser humano, com limitações, tendo dinheiro ou não, o final é o mesmo. O cargo não é seu, você está nele. Você ocupa, simplesmente, uma função, sendo superior na hierarquia ou não, porém, na próxima esquina, fora do seu ambiente de trabalho, pouco sabem ou nada sabem sobre quem você é na empresa, instituição, comércio etc. Voltou a ser um cidadão comum, desconhecido e sujeito a qualquer ação externa.
As pessoas que se acham possuem, em sua maioria, uma necessidade grande de auto-afirmação e se utilizam disso pra tentar humilhar quem está por perto ou se vangloriar de suas ações, conquistas etc. São vaidosos, querendo chamar atenção pra si, querendo ser aplaudido e reverenciado perante os outros. Não se trata de como se veste, anda, se enfeita, fala (saudáveis e naturais), mas do que está por baixo disso: o desejo de exibição, da necessidade de ser visto a ponto de falsificar a si mesmo para chamar a atenção.
Uma pessoa humilde quando comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.
A cantora Cher disse certa vez que “por maior que seja o buraco em que você se encontra, sorria, porque, por enquanto, ainda não há terra em cima”. Para os que não exercitam a humildade e se acham, peço só que se lembrem de que o buraco existe e é inevitável. Ser bom não é mérito, é obrigação. Humildade não é dom, é sinônimo de boa formação de caráter, temor a Deus, a vida e ao próximo.